quinta-feira, 31 de março de 2011

Interpretação das Cartas Aéreas.

2. CARTAS AÉREAS


Cartas aéreas
são mapas sobre os quais são adicionadas informações de interesse para a
navegação aérea. Existem diversos tipos de cartas aéreas. Vamos aqui nos
ater apenas às de uso mais comum nos vôs simulados no Brasil. Neste contexto,
temos os seguintes tipos de cartas aéreas:




  • Cartas SID;



  • Cartas ERC;



  • Cartas ARC;



  • Cartas STAR; e



  • Cartas de Aproximação.



Todas estas
cartas fazem uso de símbolos que devem ser do conhecimento do piloto, pois são
de extrema utilidade. Para um melhor entendimento das cartas, vamos
primeiramente estudar esta simbologia.


2.1 SIMBOLOGIA














































Uma vez
que já nos familiarizamos com a simbologia apresentada, é hora de partirmos
para os tipos de cartas aéreas.


2.2 SID (STANDARD
INSTRUMENT
DEPARTURE)


Também chamadas
de cartas de saída, as SID apresentam diversos procedimentos padronizados para
decolagem e afastamento do aeroporto de partida. Uma mesma SID pode conter mais
de um procedimento.


Pode ocorrer
também que um procedimento ofereça desdobramentos, permitindo saídas para
diferentes setores. Cada desdobramento recebe o nome de TRANSIÇÃO (TRANS).


O procedimento
consiste em um trajeto a ser percorrido e um gradiente de subida, ou seja, a
velocidade de subida em pés por minuto (ft/min). A trajetória é marcada por
VOR, NDB ou fixos.


No caso de um
vôo ATC (vôo controlado, empregando os servidores da SATCO, IVAO etc.), o
controlador responsável pelo aeroporto de onde partimos define qual a saída
(ou SID) ativa, ou seja, em vigor. Mesmo no caso de vôos off-line, onde não
há controlador, as SID podem ser empregadas, ficando a cargo do piloto a
escolha de qual procedimento usar.A seguir, apresentamos uma carta SID e, sobre
ela, destacamos as informações disponibilizadas:



O Gradiente
de Subida
Mínimo representa exatamente qual o percentual mínimo de
subida que deve ser obedecido. Ele vem descrito no quadro RMK e deve ser
estritamente obedecido. Para facilitar o trabalho do piloto, existe uma tabela
que converte este percentual em razão de subida em pés por minuto (ft/min):



2.3 ERC (ENROUTE
CHART)


São as cartas
usadas para o planejamento do cruzeiro. Elas apresentam os auxílios à
navegação (VOR's, NDB's e Fixos), os aeródromos, espaços aéreos restritos
ou proibidos, as aerovias e alguns acidentes geográficos.



AEROVIAS
são corredores aéreos por onde flui o tráfego de aeronaves. Correspondem às
rodovias. Assim como estas, as aerovias podem ser de mão única ou de
mão dupla. Cada aerovia é separada por níveis de altitude de acordo com
regras
. Cabe ressaltar que há uma regra
para vôos IFR (Instrument Flight Rules) e outra para vôos VFR (Visual Flight
Rules). Vamos detalhar a primeira regra. A segunda, trataremos logo após.



Em Vôos IFR, as
altitudes das "mãos" são sempre múltiplos de 1000 pés (ft), sendo
que, para proas magnéticas na direção oeste (de 180º a 359º), ocupam
múltiplos pares (Ex: 6000 ft, 8000 ft, 10000 ft etc...) e, para proas
magnéticas na direção leste (de 000º a 179º), múltiplos ímpares (Ex: 5000
ft, 7000 ft, 9000 ft etc...). Esta regra é seguida até a altitude de 29000 ft.
A partir daí, a próxima via para oeste situa-se a 31000 ft de altitude e as
demais para oeste a cada 4000 ft de diferença, ou seja, 35000 ft, 39000 ft,
43000 ft etc... As proas no sentido leste seguem o mesmo procedimento, iniciando
a 33000 ft e mantendo a diferença de 4000 ft (37000 ft, 41000 ft, 45000 ft
etc...).



No caso dos
vôos VFR, proas magnéticas para oeste são múltiplos pares de 1000 ft
somando-se 500 ft (Ex: 4500 ft, 6500 ft, 8500 ft etc...) até o valor de 14500
ft. Proas magnéticas para leste assumem altitudes multiplas ímpares de 1000 ft
somando-se depois 500 ft (3500 ft, 5500 ft, 7500 ft etc...) até o valor máximo
de 13500 ft. O quadro abaixo resume estas regras:





Existem dois
grupos de cartas ERC brasileiras:












CARTAS LOW: São as
empregadas em vôos a baixa altitude, onde o limite máximo é de 26000
ft.No Brasil, temos duas cartas LOW: A carta L1-L2, que abrange as
Regiões Nordeste, Sudeste e Sul, e a carta L3-L4, que engloba as Regiões
Norte e Centro-Oeste; e
CARTAS HIGH: Usadas em vôos
a altitude mais elevada. O limite, agora mínimo, é de 26000 ft. As
cartas HIGH brasileiras são: H1-H2 e H3-H4, abordando respectivamente as
mesmas Regiões das cartas LOW.

Temos aqui como exemplo uma
parte da carta L1-L2, mais precisamente o entorno dos aeroportos de Coongonhas,
Guarulhos e Viracopos:




ainda uma carta ERC especial que apresenta dois panoramas bem distintos. Uma de
suas faces, é uma carta HI-LO (HIGH e LOW ao mesmo tempo) do trecho Rio de
Janeiro - São Paulo, reunindo com maior riqueza de detalhes as informações
das cartas L1-L2 e H1-H2 nesta área. Ela é ideal para o planejamento e uso em
rota na ponte aérea Rio - São Paulo.


A outra face reúne todas as
aerovias que passam pelo Brasil, sendo muito útil nos vôos internacionais.


SEMPRE
QUE POSSÍVEL, O PILOTO DEVE REALIZAR O VÔO DENTRO DE AEROVIAS


2.4 ARC (ARRIVAL
CHART)


São cartas que representam
entornos de aeroportos (Terminais) de razoável movimentação. Além de
complementar as cartas ERC, são muito úteis quando a aeronave, já em vôo, se
encontra dentro da Terminal. A sua importância se evidencia pela riqueza de
informações, permitindo a consulta a todos os VOR's, NDB's, Fixos, aerovias,
aeródromos e áreas restritas em uma escala ampla. Vejamos um pequeno trecho da
carta ARC de Belo Horizonte:



2.5 STAR (STANDARD
ARRIVAL
CHART)


De maneira análoga às
cartas SID, destinadas a organizar a partida de aeronaves a partir de um
determinado aeroporto, as cartas STAR coordenam as chegadas. Além de determinar
a trajetória, as STAR's definem também os diferentes níveis de altitude que a
aeronave deve estar ao longo deste percurso.


As STAR's podem apresentar
TRANSIÇÕES (TRANS) nos casos em que um mesmo procedimento provê a chegada por
diferentes setores, que depois se incorporam ao procedimento como um todo.



Uma mesma STAR pode ainda conter
mais de um procedimento e a definição de qual deve ser empregado fica a cargo
do controlador, no caso de vôo ATC, ou do piloto, quando o vôo é offline, ou
seja, sem controlador.



Eis uma carta STAR:





2.6 CARTAS DE APROXIMAÇÃO



Este é o
último tipo de carta a ser comentado.Elas definem procedimentos para a
aproximação especificamente a um aeroporto, não atendendo a nenhum outro.
Entretanto, cada aeroporto pode ter, e normalmente tem, mais de uma carta.



Novamente, é o controlador quem define o procedimento ativo (ou seja, em vigor)
para cada aeroporto sob sua responsabilidade. O piloto, na ausência do
controlador, tem a liberdade de escolher o procedimento que melhor lhe convier.




Diferentemente das SID's e STAR's, cada carta só pode apresentar um único
procedimento de aproximação de modo a não confundir o piloto num momento tão
crítico.



Existem
basicamente dois tipos de cartas de aproximação:



2.6.1 CARTAS VAC (VISUAL
APPROACH
CHART)


Apresenta o
procedimento para aproximação visual. É dividida em duas seções, sendo que
a superior apresenta o circuito de aproximação e pouso visual. A seção
inferior disponibiliza comentários úteis. A figura abaixo é a carta VAC do
aeroporto de Santos Dumont:



2.6.2 CARTAS IAP (INSTRUMENT
APPROACH
PROCEDURE)


O
procedimento aqui é adaptado para uma aproximação auxiliada por instrumentos.
Este tipo de carta apresenta três seções: A seção superior mostra o trajeto
a ser percorrido com as respectivas proas verdadeiras. A seção
intermediária, por sua vez, detalha o PERFIL de descida e a seção
inferior discrimina informações complementares. Vejamos o exemplo
abaixo.





As cartas
de aproximação são extremamente úteis e garantem um bom pouso. Entretanto,
nem sempre o piloto contará com elas. Neste caso, ele tem duas opções:





  • Se em vôo ATC,
    deve solicitar ao controlador uma aproximação vetorada, recebendo
    instruções específicas de proa, altitude e auxílios ao pouso (ILS, VOR,
    NDB etc...); ou



  • Se em vôo offline,
    cumprir circuito padrão de aproximação visual ou realizar afastamento,
    curva base e pouso usando instrumentos, iniciando neste caso o procedimento
    a, no mínimo, 1500 ft em relação ao aeroporto.



3 comentários:

  1. Muito bom bem explicado para quem esta aprendendo o procedimento
    ta bom demais.gostei porém tenho que aprender mais para ficar bem inteirado do assunto.

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  2. As imagens não aparecem, o site todo está quebrado.

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